Ética da Solidariedade
A tragédia que se abateu sobre o povo de Santa Catarina, vitimado pelas enchentes, tem comovido o País, despertando inúmeros gestos de solidariedade. A catástrofe natural ocorrida faz pensar, comovendo e movendo à ação solidária.
Seu significado ambivalente revela fragilidade, sofrimento, destruição, e ao mesmo tempo, resistência animada pela fé, esperança sustentada pelo amor, testemunhadas pelas vítimas, assim como, sensibilidade ética, compaixão, capacidade de mobilização solidária, manifestadas pelo povo brasileiro. A ética da compaixão e da solidariedade reaviva-se trazendo esperança de vida nova, tornando o mundo mais humano, segundo o querer de Deus.
Nosso povo piauiense e teresinense, marcado também pela dolorosa experiência das enchentes no último inverno, tem participado deste mutirão de solidariedade em favor das vítimas das enchentes do Sul, pois não há limites geográficos ou culturais para o amor fraterno, a compaixão e a solidariedade.
Entretanto, a situação de Santa Catarina deve ser objeto de atenta análise e reflexão; seu caráter sócio-ambiental não permite que seja reduzida simplesmente a mais uma catástrofe natural.
Trata-se de um sinal a ser interpretado com consciência crítica e serenidade, em seu múltiplo significado: social, ambiental e ético, exigindo medidas que ultrapassam as iniciativas pessoais e emergenciais.
É preciso considerar, em primeiro lugar, o fenômeno ocorrido no contexto da crescente destruição da natureza, violada pelo desmatamento, especialmente, em áreas urbanas de encostas e morros. Catástrofes naturais sempre ocorreram; é preciso analisar a forma como elas ocorrem em tempo de aquecimento global.
A ética da compaixão e da co-responsabilidade pela vida no planeta requer o cuidado e a preservação da casa comum, dom do Criador que o homem e a mulher deveriam "cultivar" e "guardar", como jardineiros do mundo, segundo o Gênesis.
Além disso, o fenômeno das enchentes deve ser analisado sob a perspectiva social. Para diminuir o impacto dos fenômenos naturais é preciso prevenir e planejar.
A problemática da ocupação desordenada das áreas urbanas, a falta de planejamento e de investimento público, as populações vivendo em áreas de risco, favorecem e agravam as tristes conseqüências das chuvas torrenciais.
Apesar da situação de Santa Catarina não ter poupado áreas mais desenvolvidas, os pobres têm sido as maiores vítimas revelando que a pobreza e a miséria têm favorecido a tragédia.
Em grande parte das enchentes que se abatem sobre o País, incluindo as sofridas pelo Nordeste, a pobreza e a falta de condições dignas de moradia têm sido a causa principal dos sofrimentos e não apenas a chuva como tal.
Por isso, é preciso aproveitar a ocasião para refletir e agir, de modo a prevenir, senão o fenômeno natural, ao menos o seu impacto social, por meio de políticas públicas que contemplem a justiça social, a ocupação urbana e a preservação ambiental, bem como, de iniciativas da sociedade civil, especialmente, o voluntariado organizado.
Ao mesmo tempo, deve continuar o exercício permanente da compaixão e da solidariedade, como parte do cotidiano. Diante dos sofrimentos causados por catástrofes naturais ou injustiças sociais, tal exercício cotidiano nos tornará mais aptos para traduzir a comoção em ação solidária.
Fonte: Arquidiocese de Teresina
Seu significado ambivalente revela fragilidade, sofrimento, destruição, e ao mesmo tempo, resistência animada pela fé, esperança sustentada pelo amor, testemunhadas pelas vítimas, assim como, sensibilidade ética, compaixão, capacidade de mobilização solidária, manifestadas pelo povo brasileiro. A ética da compaixão e da solidariedade reaviva-se trazendo esperança de vida nova, tornando o mundo mais humano, segundo o querer de Deus.
Nosso povo piauiense e teresinense, marcado também pela dolorosa experiência das enchentes no último inverno, tem participado deste mutirão de solidariedade em favor das vítimas das enchentes do Sul, pois não há limites geográficos ou culturais para o amor fraterno, a compaixão e a solidariedade.
Entretanto, a situação de Santa Catarina deve ser objeto de atenta análise e reflexão; seu caráter sócio-ambiental não permite que seja reduzida simplesmente a mais uma catástrofe natural.
Trata-se de um sinal a ser interpretado com consciência crítica e serenidade, em seu múltiplo significado: social, ambiental e ético, exigindo medidas que ultrapassam as iniciativas pessoais e emergenciais.
É preciso considerar, em primeiro lugar, o fenômeno ocorrido no contexto da crescente destruição da natureza, violada pelo desmatamento, especialmente, em áreas urbanas de encostas e morros. Catástrofes naturais sempre ocorreram; é preciso analisar a forma como elas ocorrem em tempo de aquecimento global.
A ética da compaixão e da co-responsabilidade pela vida no planeta requer o cuidado e a preservação da casa comum, dom do Criador que o homem e a mulher deveriam "cultivar" e "guardar", como jardineiros do mundo, segundo o Gênesis.
Além disso, o fenômeno das enchentes deve ser analisado sob a perspectiva social. Para diminuir o impacto dos fenômenos naturais é preciso prevenir e planejar.
A problemática da ocupação desordenada das áreas urbanas, a falta de planejamento e de investimento público, as populações vivendo em áreas de risco, favorecem e agravam as tristes conseqüências das chuvas torrenciais.
Apesar da situação de Santa Catarina não ter poupado áreas mais desenvolvidas, os pobres têm sido as maiores vítimas revelando que a pobreza e a miséria têm favorecido a tragédia.
Em grande parte das enchentes que se abatem sobre o País, incluindo as sofridas pelo Nordeste, a pobreza e a falta de condições dignas de moradia têm sido a causa principal dos sofrimentos e não apenas a chuva como tal.
Por isso, é preciso aproveitar a ocasião para refletir e agir, de modo a prevenir, senão o fenômeno natural, ao menos o seu impacto social, por meio de políticas públicas que contemplem a justiça social, a ocupação urbana e a preservação ambiental, bem como, de iniciativas da sociedade civil, especialmente, o voluntariado organizado.
Ao mesmo tempo, deve continuar o exercício permanente da compaixão e da solidariedade, como parte do cotidiano. Diante dos sofrimentos causados por catástrofes naturais ou injustiças sociais, tal exercício cotidiano nos tornará mais aptos para traduzir a comoção em ação solidária.
Fonte: Arquidiocese de Teresina