29/10/2009

As fotos do cardeal Rodé: uma meditação

O cardeal Franc Rodé, prefeito da Congregação para os Religiosos e a pessoa encarregada pelo Papa Bento XVI para conduzir a Investigação Apostólica das congregações religiosas femininas nos EUA, ordenou, no último mês de março, seis novos diáconos do Instituto de Cristo Rei e Soberano Sacerdote na casa mãe do instituto, em Gricigliano, próximo de Florença, na Itália. A reportagem é de Thomas C. Fox, publicada no sítio National Catholic Reporter, 28-10-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Fonte: UNISINOS


Olhando essas fotos, lembramo-nos da diversidade cultural, eclesial e sócio-psicológica que compõe a nossa Igreja. Ao viver, como nós vivemos, no início do século XXI, devemos reconhecer que somos produtos de uma mistura de influências e temperamentos pré-modernos, modernos e pós-modernos complexos e sem precedentes.

Olhando essas fotos, nos sentimos movidos a perguntar se o cardeal Rodé, que, de acordo com o perfil de John Allen, é uma pessoa encantadora e um produto de antigas forças europeias, eslovenas e anticomunistas, está, de fato, tão distante dos padrões culturais e sociais dos EUA contemporâneos que possivelmente não entenderia muito bem as vidas e o trabalho de nossas religiosas. O cardeal, cuja inclinação por uma Igreja pré-conciliar de estilo tradicional, monárquica e europeia está claramente evidente nestas fotos, disse a John Allen que o Vaticano II provocou "a maior crise na história da Igreja". Nossas religiosas dedicaram suas vidas para dar continuidade aos mandatos do concílio de serviço e reforma.

Olhando essas fotos, lembramo-nos de que o multiculturalismo é um ingrediente central em nossa Igreja e em nosso mundo hoje, que requer compreensão, paciência e tolerância especial. Também é verdade que um julgamento leva a outro julgamento, e é por isso que cada vez mais pessoas em nossas comunidades estão perguntando: "Quem exatamente é esse homem que foi encarregado de julgar as almas, as vidas, a dedicação e a fé de nossas religiosas?".

Olhando essas fotos, dificilmente podemos evitar a conclusão de que a Investigação Apostólica, da forma em que atualmente está estruturada e é desenvolvida, está tragicamente equivocada e pode causar um dano irreparável à nossa Igreja, a menos que mentes sábias encontrem uma forma de suspendê-la.










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