Fonte: UNISINOS
Este homem de 81 anos, originário dos Alpes suíços, ordenado sacerdote aos 26 anos, foi um dos mais jovens especialistas chamados para participar do Concílio Vaticano II (1962-1965). Foi criticado pela hierarquia da Igreja católica. Denunciou a atitude de Roma em relação ao casamento dos padres, à contracepção ou à ordenação de mulheres. Em 1979, após a publicação de um livro subversivo sobre a infalibilidade do Papa, o Vaticano lhe retirou o direito de ensinar a teologia. Hans Küng guarda, não obstante, um posto sob medida na Universidade de Tübingen. Ele se tornou o crítico incansável do Papado, encarnado por João Paulo II, depois, a partir de 2005, por Bento XVI.
O Papa alemão foi seu amigo. Eles se cruzaram desde 1957 e no Concílio ambos encarnam a teologia alemã assumida pelos bispos progressistas alemãs. Desde o fim do Concílio, sua apreciação sobre as transformações induzidas pela nova doutrina da Igreja divergem. Joseph Ratzinger, preso à tradição, especialmente litúrgica, se afasta rapidamente dos “excessos” pós-Conciliares da Igreja. Hans Küng, por seu lado, que combateu as manobras conservadoras de alguns membros da Cúria, teria desejado que a hierarquia católica fosse ainda mais longe. A análise dos movimentos de contestação de 1968 acaba por aprofundar o fosso ideológico entre essas duas figuras.
Reforma em profundidade
Em 2005, alguns meses depois da sua eleição, Bento XVI convidou o seu ex-colega de Tübingen. A conversa foi franca, durou quatro horas, mas não desembocou em nada de concreto. Quatro anos depois, Hans Küng persiste em pensar que ele poderia ser o bom conselheiro do Papa, que lhe parece cada vez mais desconectado do mundo. “Ele não evoluiu, e estou certo de que se alguém lhe perguntasse por que nós divergimos, ele diria: ‘É Küng que mudou, não eu!’”.
Mais triste que amargo diante da perigosa tendência que toma, segundo ele, a Igreja católica, o teólogo não cruza os braços e continua a publicar, a ensinar e a pregar. Ele garante, no entanto, que as suas lutas por uma reforma em profundidade da Igreja católica lhe interessam menos que a causa que ele defende ardentemente há cerca de 20 anos: a aproximação entre as religiões. Uma dinâmica suscetível de criar “uma ética universal” aplicável à ciência, ao ambiente, às relações sociais e à paz.
Este homem de 81 anos, originário dos Alpes suíços, ordenado sacerdote aos 26 anos, foi um dos mais jovens especialistas chamados para participar do Concílio Vaticano II (1962-1965). Foi criticado pela hierarquia da Igreja católica. Denunciou a atitude de Roma em relação ao casamento dos padres, à contracepção ou à ordenação de mulheres. Em 1979, após a publicação de um livro subversivo sobre a infalibilidade do Papa, o Vaticano lhe retirou o direito de ensinar a teologia. Hans Küng guarda, não obstante, um posto sob medida na Universidade de Tübingen. Ele se tornou o crítico incansável do Papado, encarnado por João Paulo II, depois, a partir de 2005, por Bento XVI.
O Papa alemão foi seu amigo. Eles se cruzaram desde 1957 e no Concílio ambos encarnam a teologia alemã assumida pelos bispos progressistas alemãs. Desde o fim do Concílio, sua apreciação sobre as transformações induzidas pela nova doutrina da Igreja divergem. Joseph Ratzinger, preso à tradição, especialmente litúrgica, se afasta rapidamente dos “excessos” pós-Conciliares da Igreja. Hans Küng, por seu lado, que combateu as manobras conservadoras de alguns membros da Cúria, teria desejado que a hierarquia católica fosse ainda mais longe. A análise dos movimentos de contestação de 1968 acaba por aprofundar o fosso ideológico entre essas duas figuras.
Reforma em profundidade
Em 2005, alguns meses depois da sua eleição, Bento XVI convidou o seu ex-colega de Tübingen. A conversa foi franca, durou quatro horas, mas não desembocou em nada de concreto. Quatro anos depois, Hans Küng persiste em pensar que ele poderia ser o bom conselheiro do Papa, que lhe parece cada vez mais desconectado do mundo. “Ele não evoluiu, e estou certo de que se alguém lhe perguntasse por que nós divergimos, ele diria: ‘É Küng que mudou, não eu!’”.
Mais triste que amargo diante da perigosa tendência que toma, segundo ele, a Igreja católica, o teólogo não cruza os braços e continua a publicar, a ensinar e a pregar. Ele garante, no entanto, que as suas lutas por uma reforma em profundidade da Igreja católica lhe interessam menos que a causa que ele defende ardentemente há cerca de 20 anos: a aproximação entre as religiões. Uma dinâmica suscetível de criar “uma ética universal” aplicável à ciência, ao ambiente, às relações sociais e à paz.