17/02/2009

'Quo vadis, Benedictus?’

A guerra cultural de Ratzinger contra o relativismo marca o seu pontificado com o selo da intransigência e a ambição de cortar o debate público. Com erros garrafais como o perdão ao negacionista Williamson e os lefebrianos ou a ingerência no caso Eluana Englaro. A reportagem é de Miguel Mora e publicada pelo jornal El País, 15-02-2009.
Fonte: UNISINOS





Bento XVI é um papa pensador. Intelectual, teólogo, historiador, tem fama de escrever livros e discursos bem acabados, de uma grande erudição. Ele é o homem que decidiu que a religião, isto é Deus, deve de deixar de ser um complemento espiritual e ocasional da vida das pessoas para dar o salto para a frente e colocar-se, sempre e em todas os temas, no primeiro plano do debate público.

Esta bipolaridade resulta um tanto estranha. Ratzinger é um papa que se deixa ver pouco. Passa a maior parte do tempo no seu gabinete, lendo e escrevendo. Agora está terminando a segunda parte da sua obra sobre Jesus Cristo e a sua primeira encíclica social, que deve ser publicada no próximo mês, lá pelo dia São José, dia 19 de março. E viaja, coisa da idade (84 anos), bastante menos que o seu hiperativo antecessor. O Papa gosta de ficar sozinho.

Um vaticanista italiano, Marco Tossati, escreveu, recentemente, no jornal La Stampa o artigo “ A solidão do papa Ratzinger” comparando o seu estilo de vida e de trabalho com o de João Paulo II. “Deste, os críticos diziam que o seu apartamento parecia uma taberna, sempre entrando e saindo gente. Agora se diz que o apartamento papal parece uma câmara blindada”. Se essa imagem de solidão abstraída aflige e despista os vaticanistas de meio mundo, o que dizer dos cidadãos comuns?

Em países como, por exemplo, o seu, a Alemanha, a opinião pública recebeu a sua chegada ao trono de São Pedro como a alegre palavra de ordem “Somos Papas!”. Hoje, as coisas mudaram tanto que há poucos dias um jornal escrevia, falando de Ratzinger: “Poderia ter sido o Obama do catolicismo, mas está demonstrando que é como Bush”. A frase do Süddeutsche Zeitung é, talvez, demasiado otimista na sua primeira parte, mas no seu final resume bem a imagem que, depois de três anos de ser eleito Papa, se formaram muitos cidadãos sobre Joseph Ratzinger.

Sobretudo, ultimamente. Ultimamente parece que o Vaticano já não é mais o que era. Se poderia dizer que foi tomado por um exército de inimigos dispostos a acabar com o prestígio do Estado pontifício.

No dia 21 de janeiro, Bento XVI perdoou a quatro bispos lefebrianos, todos pré-conciliares, isto é, inimigos inveterados do Concílio Vaticano II que abriu o catolicismo e o atualizou. Todos tinham sido consagrados pelo bispo integrista e rebelde Marcel Lefebvre, em 1988, e foram excomungados por João Paulo II imediatamente. Um deles, o britânico Richard Williamson, é próximo da ideologia neonazista. Os demais são somente ultraconservadores. Odeiam os judeus e os muçulmanos, não acreditam no diálogo inter-religioso, e sustentam que todos os papas, desde João XXIII em diante, não são legítimos.

A decisão de Ratzinger de incorporar os fanáticos, desorientou os setores progressistas e moderados da Igreja e gerou um clamor mundial. A empatia e a popularidade do Papa sofreu um desgaste indiscutível. A irada reação da primeira-ministra Ângela Merckel, que exigiu explicações de Ratzinger pelo perdão a Williamson, talvez seja o melhor sintoma do alcance do erro cometido.

O estupor inicial dos bispos que tratam de melhorar o diálogo com o mundo judeu, a sublevação de 60 católicos alemães, o congelamento momentâneo das relações do Rabinato de Israel e o Vaticano, e o processo aberto na Alemanha contra Williamson acabaram forçando o Papa a voltar atrás. Williamson não voltará à Igreja se não se retratar.

Mas, mais além da questão ideológica, o cancelamento do castigo aos lefebrianos deixou clara a caótica gestão do assunto feita pela sempre eficaz diplomacia vaticana.

Depois de duas semanas, é difícil encontrar uma explicação razoável para o que aconteceu. Isso abriu a porta para as interpretações. Trata-se de uma provocação, de um mero erro de cálculo, de uma agressão aos setores mais progressistas? Talvez, tudo isso, ao modo de Lênin: “Que falem mal de nós, mas o importante é que falem”?

Ratzinger justificou sua ação esgrimindo motivos estritamente técnicos, “internos”. Moveu-se unicamente, explicou, por sua vontade de “unir a Igreja” e a de evitar o “prolongado sofrimento” dos bispos excomungados. Razões humanitárias, portanto.

Talvez por se tratar de um “assunto interno”, a sala de imprensa do Vaticano não foi informada pelos responsáveis da decisão. A sequência temporal delata o nível de negligência: a assinatura da revogação da excomunhão foi dada no dia 21 de janeiro; dois dias antes, dia 19, Der Spiegel tinha noticiado a entrevista-bomba que Williamson concedeu a uma televisão sueca, em que negava o Holocausto dos judeus e a existência das câmaras de gás.

É possível que ninguém se informara disso no Vaticano? Por acaso o Papa e o seu secretário pessoal, monsenhor Georg Genswein, ambos bávaros, não leem a imprensa alemã? Não foi possível adiar o perdão até que Williamson se retratasse? Ou se quis manter o debate à luz do sol, cara a cara com os lefebrianos, os judeus e Ângela Merckel?

O Papa recebeu, na última quinta-feira, a presidência das Organizações Judaicas Americanas, e pediu perdão, novamente, pelo Holocausto, “um crime contra Deus e a humanidade”, disse. Anunciou que está preparando para maio a viagem para a Terra Santa e espera que essa visita seja “um sinal de paz” para a região.

O encontro serviu para encerrar, no momento, a ferida judaica. O rabino David Rosen, presidente do Comitê Judeu Internacional, deu por encerrado o caso Williamson, e revelou que o Papa lhes assegurou que “o catolicismo não pode admitir que alguém negue o Holocausto e nunca o admitirá”.

Rosen, grande artífice do diálogo entre católicos e judeus, acredita que a crise trouxe graves danos mas também algumas vantagens. “No final, reforçamos as relações inter-religiosas, e acredito que a desastrosa gestão administrativa do perdão serviu para que o Vaticano seja agora mais rigoroso na admissão da Fraternidade São Pio X. Agora nada mais se fará às escondidas, e o processo será responsável e transparente. E acredito que veremos sérios conflitos internos na organização dos lefebrianos”.

O incisivo rabino Rosen tem a impressão de que o problema de fundo que vive o catolicismo na atualidade é a sua atitude ante o Concílio Vaticano II. “Está em curso um debate sobre a interpretação do concílio, e as teses mais conservadoras estão ganhando terreno”.

Sobre as faltas de comunicação dentro da Santa Sé, ninguém tem dúvidas. O próprio Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa vaticana, as admitiu numa entrevista ao jornal francês La Croix. Lombardi reconheceu que a “má comunicação” interna originou a confusão, e responsabilizou disso o cardeal encarregado deste processo, o colombiano Darío Castrillón, por se centrar nas opiniões de Bernard Fellay, o superior da Fraternidade de São Pio X, e não ter tido em conta as de Williamson. “Sem dúvida, as pessoas que administraram a questão não sabiam da gravidade das posições de Williamson. O certo é que o Papa as ignorava”.

Mas há outras coisas que não se compreendem. Na Argentina, por exemplo, o país escolhido pelo lefebrismo para se irradiar por toda a América, a reabilitação tinha sido recebida por muitas vítimas da ditadura como uma ofensa. Não se esquece que Lefebvre viajou e colaborou com a ditadura militar, e que durante os anos tristes desta, ergueu quatro conventos e duas igrejas no país (numa delas, em La Reja, vive Williamson).

Castrillón, presidente da Comissão Pontifícia Ecclesia Dei, conseguiu que Bento XVI recebesse o superior Fellay em 2005 e 2007. Segundo este relatou, na segunda audiência mencionou entre as conquistas da Fraternidade a denúncia que levou à proibição em Córdoba, na Argentina, da pílula do dia seguinte pela juíza Cristina Garzón, e a “incrível atitude” do bispo de Córdoba, Carlos Ñañez, que, assinalou, “nos chamou de terroristas”. O Papa lhe respondeu que a forma de pertencer à Igreja Católica é “interpretar o espírito do Concílio Vaticano II à luz da Tradição”.

A entrevista do padre Lombardi revela fissuras na equipe do Papa, falta de comunicação entre as diferentes instâncias da cúria, escassez de reflexos na preparação e prevenção de decisões problemáticas. Uma vez pronto o perdão, Castrillón não informou a decisão ao cardeal Walter Kasper, encarregado do diálogo com os judeus. Kasper, que conhece muito bem tanto os rabinos como os lefebrianos, teria podido lhe advertir que o anti-semitismo, dentro da Sociedade Pio X, não se limita a Williamson. Calcula-se que há 500 padres sob a influência de Lefebvre. O Vaticano sabe quantos destes comungam das idéias do britânico irredutível?

Porque não se trata somente de anti-semitismo. Entre outras perdas, Williamson sustentou que a queda das Torres Gêmeas foi um auto-tentado, que judeus e mórmons são “inimigos de Cristo”, que é um disparate que as mulheres usem calças compridas ou vestido curto, que Pinochet foi um grande estadista...

Na Itália, a Fraternidade São Pio X anunciou no dia 6 de fevereiro a expulsão, por “graves motivos de disciplina” do padre Floriano Abrahamowicz. A razão: suas reiteradas declarações negacionistas.

Na Áustria, como na Alemanha, o número de apostasias disparou. Na quarta-feira passada, o arcebispo de Salzburg, Alois Kothgasser, se perguntava, num artigo publicado na imprensa se “é necessário que a Igreja católica seja purificada para ver-se reduzida a uma seita na qual ficaria um pequeno punhado de fiéis à linha oficial”.

No mesmo dia, na conferência de Decanos da diocese de Linz, 31 dos 35 religiosos rechaçaram a nomeação, pelo Papa, do ultraconservador Gerhard Maria Wagner como bispo auxiliar. Wagner afirmou em 2004 que o tsunami da Tailândia e o furacão Katrina que devastou Nova Orleans deviam ser considerados castigos divinos. O clero austríaco, que tem fama de conservador e submisso a Roma, fez saber que negava a nomeação para “defender a credibilidade da Igreja”. “Quando não há confiança na Igreja local”, disse o bispo Kothgasser, “a confiança na autoridade central da Igreja desaparece”.

Mas deixando de lado erros pontuais de gestão, a linha teológica que marca o perdão dos lefebrianos parece totalmente coerente com a dura linha ideológica sempre mantida por Ratzinger, que ofendeu os muçulmanos (no discurso de Regensburg), enfurecido os judeus e magoado os homossexuais.

Sendo cardeal, Ratzinger disse que a homossexualidade constituía “uma tendência para um mal moral intrínseco”. Agora negou o apoio do Vaticano à declaração da ONU sobre os direitos dos homossexuais.

Todo mundo sabe Ratzinger é um homem de ideias conservadoras, especialmente nos costumes. Revelou-se como um grande amante da tradição litúrgica pré-conciliar, e isso o aproxima muito à Fraternidade São Pio X. Voltou a missa em latim, inclusive com as costas para o povo, e recuperou a oração das Sexta-feira Santa (que pede para que os judeus abracem a verdadeira fé). Além disso, trouxe de volta os tempos das indulgências plenárias e editou um catálogo de proibições sobre bioética que não permite que casais católicos recorram às técnicas de fertilização.

A última batalha foi o trágico e lamentável caso Eluana Englaro, que resume de forma exemplar a sua forma de ver as coisas. Na busca de influir no debate público, não há aliado que seja mau. Ratzinger não duvidou em enviar a sua Cúria para as trincheiras do pagão Silvio Berlusconi como o fim de converter em “verdugo” e “assassino” o sofrido pai de Eluana. Como afirmam os blogueiros italianos, o estranho par se fundiu no Berlustzinger. Ou em Ratzusconi. É possível imaginar uma aliança mais chocante que a de Berlusconi para um Papa sério, intelectual e alemão?

Ainda que a Igreja esteja contra o prolongamento artificial da vida, e mesmo que seu antecessor pedisse aos médicos que o deixassem em paz pedindo que o deixassem ir “para a casa do Pai”, Ratzinger se mostrou contrário que Eluana fosse desconectada da sonda que a manteve viva durante 17 anos, ignorando a dor de uma família que passou um calvário e exercendo pressão, por meio de seu número dois, Tarcísio Bertone, contra o Tribunal Supremo e o presidente da República italiana.

Não se pode negar uma coisa: o Vaticano trabalhou a fundo o tema. Converteu um tema privado num assunto de Deus. Pressionou, aplaudiu, criticou, foi para a televisão, lançando anátemas contra o pai, os médicos e os juízes, deslegitimando o Estado de Direito, mobilizando os católicos dentro e fora do Parlamento... Inclusive Bertone chamou pessoalmente o presidente da República para lhe transmitir seu desgosto por não ter assinado o decreto salva Eluana... Ou comigo, ou contra mim.

Mas, absolutamente, isto é uma surpresa. A coisa vem de longe. Na homilia Pro eligendo Papa, com a que o cardeal Ratzinger abriu o conclave de 2005, donde sairia como Bento XVI, toda a ênfase recaia na frase: “A ditadura do relativismo”.

Hoje se sabe que o principal objetivo de Ratzinger é libertar o Ocidente dessa ditadura e vencer a guerra cultural contra o laicismo, sobretudo na Espanha e na Itália.

O agressivo movimento do Vaticano encontrou, nesta vez, a oposição de alguns destacados membros da Igreja italiana. Giuseppe Casale, bispo emérito de Foggia, se afastou da linha oficial, que afirma que a suspensão da alimentação artificial é eutanásia e não prolongamento artificial da vida. Mas foram dissensões testemunhais, nada mais. De resto, as fileiras estavam cerradas.

Mas o que o Vaticano tem a ganhar com esta peleja que a fez ficar com a imagem de um grupo de pressão incapaz de sentir piedade? A importância do caso é singular. A Igreja fez da necessidade, virtude, e a estratégia de Ratzinger tem sido inteligente e pragmática. O Vaticano sempre se negara a legislar na Itália sobre o testamento biológico. Ao surgir o caso, com uma sentença inapelável do Supremo, viu que a coisa já não tinha remédio. Assim que elevou o clima emotivo e bombardeou o país com argumentos simples e dogmáticos: “A vida é um bem não disponível”.

Criado o clima preciso, pressionou o Governo italiano para que elabore uma lei do fim da vida muito favorável a seus interesses morais e econômicos. Além disso, olhando a longo prazo. A norma final dirá provavelmente que os médicos não podem negar alimentação e hidratação a nenhum paciente, salvo que este o tenha especificado antes. As consequências serão terríveis. A tecnologia médica atual permite manter vivos os doentes vegetativos durante décadas. Dos 2.000 que estão nessa condição hoje, na Itália, a maior parte está internada em instituições religiosas.

Guerra é guerra, e o caso Englaro foi somente a última batalha. Aumentou a presença da Igreja católica no debate público. Se a gente conversa com leigos anticlericais, a dúvida os assalta: Será que este octogenário alemão, este Papa erudito e afastado das massas, está preparado e é capaz de dirigir a Igreja do multicultural, obamista e tecnológico século XXI? Se a gente fala com católicos, não há dúvidas: “Pois é claro que sim”.

Em 2005, o jornalista dos EUA John Allen contava no seu livro "A ascensão de Bento XVI" que, sendo cardeal, Ratzinger leu o livro After virtue, de Alasdair MacIntyre (1981) que deu a orientação intelectual para a revolução conservadora de Ronald Reagan. MacIntyre fazia paralelismos entre a decadência do Império Romano e a atual situação do Ocidente, sustentando que em ambos havia uma crise moral, e acabava pedindo “um novo São Bento”.

São Bento foi o fundador dos mosteiros que preservaram a cultura greco-romana e os valores judeu-cristãos, isto é, a Europa, durante os séculos de “barbárie”. Mas Ratzinger não quer mosteiros apartados. “O Papa não propõe que se abandone o mundo, mas que que se o desafie”, escreveu Allen.

A chave do seu pontificado é esse desafio. O Papa concebe a cultura laica e liberal dominante como um demônio semelhante, ainda que benevolente, ao nazismo. E o seu desafio não é somente fazer com que os fiéis aceitem o seu magistério moral, mas colocar Deus no centro do debate. Paradoxalmente, o talvez não, a força dos atos o foi colocando numa posição próxima da ultradireita. Mas não devemos descartar que isto seja, também, uma forma de ter mais presença.

Um dos fundamentos doutrinais mais significativo de Bento XVI é a Spe salvi, sua segunda encíclica, de dezembro de 2007. Um texto de 77 páginas que gerou uma enorme polêmica porque alguns dos seus conceitos recuperavam o integrismo pré-conciliar. Aí está a essência do pensamento de Ratzinger. A história da humanidade mudou com a Revolução Francesa. A razão humana é insuficiente. “Sem Deus, o mundo é obscuro e enfrentamos um futuro tenebroso”. A fé não deve ser uma questão privada. O cristianismo deve voltar a ser militante e colocar-se no centro da sociedade.

“Um mundo que administra a justiça por si mesmo é um mundo sem esperança”, afirma a encíclica. Uma sociedade estritamente laica, e especialmente se é atéia, não é capaz de se administrar a si mesma e vai para uma rua sem saída. Teocracia.

O lugar onde esta batalha parece mais perdida é a Espanha. Allen escreveu no seu livro que a Espanah seria para o novo Papa, “no terreno cultural, o que num sentido militar foi nos anos trinta: o cenário de uma guerra de ensaio, onde as forças dos grandes blocos provariam as suas armas”. Uma semana depois da triunfal visita a Madrid do cardeal Tarcisio Bertone, com o Governo de José Luis Rodríguez Zapatero e a Coroa unidos na recepção cordial, e para muitos humilhante, até o desnorteado PP de Rajoy sabe que a estratégia do Papa tomou um perfil novo.

Depois da guerra dos últimos anos, com os bispos reunidos em manifestação permanente, chegaram os sorrisos e a “colaboração”. A nova estratégia não deveria enganar ninguém. Como disse um egrégio ex-vaticanista espanhol, “o Vaticano e as conferências episcopais são expertas no jogo do policial bom e o policial mau; é preciso ser muito inocente para crer que são distintos. Os bispos se limitam a cumprir o seu papel, e fazem o que o Papa lhes pede que façam”.

Ratzinger é um Papa solitário. Ele gosta de trabalhar em seu gabinete blindado. Comete erros. Escreve textos incompreensíveis. Para alguns, ele parece ser um integrista. Talvez o Vaticano saiu desprestigiado dos seus últimos movimentos. Mas não se enganem: ele é qualquer coisa, mas não é bobo.