02/02/2009

Pe. Roger Haight

O teólogo jesuíta norte-americano Pe. Roger Haight publicou artigo que analisa os últimos 40 anos da teologia católica mundial, em março de 2008. No texto, Haight faz um amplo reconhecimento da teologia católica de fins do século XIX, com os principais teólogos classificados em sete correntes eficazmente descritas e avaliadas. Tudo isso para mostrar que o futuro da teologia católica está em jogo com relação à sua capacidade para representar os artigos do Credo de uma forma compreensível para a cultura dominante no Ocidente. A tradução de Moisés Sbardelotto.
Fonte: UNISINOS

A teologia católica desde o Vaticano II

Os católicos deveriam estar admirados de como a teologia se desenvolveu ao longo dos últimos 40 anos. De Karl Rahner a Jon Sobrino, de Edward Schillebeeckx a Elizabeth Johnson, o território expandido coberto pelos teólogos de nossa era tem comparação com a transição do monastério para a universidade na alta Idade Média.

Diferentes teólogos contariam a história de um modo diferente, claro, mas a versão que segue não é completamente idiossincrática. Eu apresento o mapa em sete estágios (o estágio três tem duas partes). Em cada fase, eu nomeio os teólogos que personificaram o desenvolvimento descrito e apresento uma lição ou duas aprendidas em cada fase. Eu conto a história de uma forma abreviada, saltando muita coisa, já que o ponto em questão não se encontra nos detalhes, mas no que aconteceu cumulativamente durante esse breve período na história da teologia católica. Eu concluo com dois assuntos urgentes que os teólogos católicos devem tratar.

O progresso teológico difere do desenvolvimento na tecnologia, em que uma forma de fazer as coisas suplanta a outra – o computador que torna a máquina de escrever obsoleta. Pelo contrário, na teologia, um estágio assume o anterior em si, vagarosamente ampliando seu horizonte e aprofundando percepções, permitindo uma complexificação de assuntos que leva a um maior entendimento.

Nossa história começa no final do Concílio Vaticano II em 1965. Certamente, uma teologia progressiva existiu antes disso, mais significativamente na “nova teologia”, que se encontra sob uma nuvem de suspeita e que foi implicitamente condenada no silenciamento dos seus praticantes no começo dos anos 50. (Dois deles, Henri de Lubac e Yves Congar, se tornaram cardeais mais tarde). A teologia prevalente no momento era ensinada em seminários a partir de manuais padronizados. A distância coberta desde então é melhor exemplificada pelo trabalho de Karl Rahner, o teólogo mais proeminente a reagir contra os manuais.

Fase 1: Karl Rahner A Volta à Experiência

A volta de Rahner à pessoa e à experiência humanas representa uma conquista monumental para a teologia católica. Paralelos e analogias profundas existem entre a teologia de Rahner e a mudança protestante do começo do século XIX e o método experimental empregado por modernistas católicos romanos como Maurice Blondel e Lucien Laberthonnière. Mas enquanto esses pensadores falharam em ganhar ouvidos na Igreja Católica, Rahner se tornou o pai da igreja do século XX. Seu método de teologia apelou a uma estrutura universal da experiência humana e se tornou o sucessor mais significativo do neoescolasticismo.

Lição 1: A moradia do significado cristão se encontra na experiência do tema cristão. Muitas generalizações puderam ser feitas com base no método e no grande corpus teológico complexo de Rahner, mas eu escolho uma implicação da volta à experiência humana como a casa de câmbio do significado cristão. O método redireciona o foco da teologia à significância que a revelação de Deus exerce em nossas vidas no mundo hoje. Isso pode ter ocorrido sempre, mas a teologia de Rahner formula a relevância da revelação para as questões reais que as pessoas se questionam.

Fase 2: Schillebeeckx, Metz, Tracy Teologia Histórica e Política

Esses três teólogos se voltaram à história e a cultura intelectual de uma forma que Rahner não fez. Em 1965, Edward Schillebeeckx, com 51 anos, era um teólogo neo-escolástico estabelecido, 10 anos mais jovem do que Rahner. Influenciado pelo abraço do mundo moderno pelo Vaticano II, Schillebeeckx leu teoria da secularização, hermenêutica e a teoria social neo-marxista durante vários anos e reinventou-se como um teólogo de profunda consciência histórica. Ele escreveu trabalhos compreensivos sobre Jesus de Nazaré, sobre Jesus como salvador e Cristo e sobre o desenvolvimento da Igreja. Em cada caso, ele interpretou o ensinamento passado lendo-o em termos da experiência e das questões culturais de hoje.

Johannes B. Metz, nascido em 1928, foi aluno de Rahner e ficou famoso por abrir-nos à dimensão político-social da consciência humana e por formular suas implicações para a teologia. Com os seus companheiros de teologia política, Jürgen Moltmann e Dorothee Sölle, ambos crescidos à maturidade na sombra do Holocausto, Metz impulsionou a teologia cristã a considerar o lado trágico da história social e a assumir a responsabilidade pela direção que a história toma. A teologia cristã, defendem esses pensadores, deve levar em consideração a história do sofrimento para minimizar o sofrimento no futuro.

A atenção de David Tracy ao método na teologia e o seu ecletismo demonstra a amplitude da imaginação analógica católica. Sua habilidade em dialogar virtualmente com todo o âmbito da cultura intelectual humanista do Ocidente preservou a tradição intelectual católica na academia secular como outros poucos conseguiram.

O estudo desses três teólogos expande as pressuposições da teologia em muitas formas, mas duas são importantes de se mencionar aqui:

Lição 2. O conhecimento humano, formulações clássicas incluídas, é historicamente condicionado e por isso particular. A relevância universal de qualquer idéia ou valor dados não pode ser pressuposta. Sua fonte e procedência diferem das nossas próprias. É necessário interpretar de modo a formular a relevância dos testemunhos autoritários do passado para o presente e o futuro.

Lição 3. O conhecimento humano representa interesses e tendências de grupo. Essa máxima marxista é pressuposta por quase todo mundo no Ocidente hoje, sendo ou não educados, e muitas vezes de uma forma muito cínica. Ainda, a questão é clara: para levar o testemunho à verdade, a teologia também deve explicar-se. A teologia não pode pressupor sua própria autoridade; pelo contrário, a explicação deve provar sua autenticidade por um comportamento condizente. Por essa razão, Metz reformula a teologia fundamental como uma disciplina basicamente prática.

Fase 3: Gutiérrez, Segundo, Sobrino, Ellacuría A Teologia da Libertação Latino-americana

Dois elementos fundamentais refletem a lógica essencial da teologia da libertação. O primeiro é a experiência negativa, que leva a uma consciência da condição desumana de um grande número de pessoas. A experiência tem três dimensões: uma situação está errada; nós sabemos que ela pode e deve ser diferente; o contraste alimenta uma urgência a corrigir o errado. O que a teologia cristã diz sobre essa situação?

O segundo elemento fundamental da teologia da libertação busca responder a essa questão. A resposta aparece embrionariamente na parábola do Bom Samaritano de Lucas, que pode ser lida como a dramatização do princípio de que o amor de Deus se manifesta como amor ao próximo. A verdade do princípio é transmitida com uma força culminante pelo fato chocante de que apenas o Samaritano internalizou-o. A modernidade acrescenta a convicção de que, além de atar as feridas da vítima, o verdadeiro amor irá percorrer o caminho até Jericó a salvo para todos. Com esse adendo, a teologia da libertação reescreve a parábola para o mundo inteiro.

Lição 4. A prática social é uma dimensão intrínseca da fé cristã, da qual não se pode prescindir. Um dos mais princípios mais profundos que a teologia da libertação apresenta à comunidade cristã é que a ação e a prática não são apenas as consequências da fé, mas o testemunho intrínseco da sua autenticidade. Como Inácio de Loyola postulou nos seus Exercícios Espirituais, “O amor deve se manifestar mais nas obras do que nas palavras” (Nº 230). Para que esse amor seja efetivo e autêntico, ele deve ser direcionado contra as causas do sofrimento humano.

Lição 5. Considerações ético-sociais são intrínsecas à compreensão teológica. A teologia católica alcançou uma nova realização das implicações ético-sociais da fé cristã. Depois de um período de separação entre teologia e ética, a teologia reconhecer a necessidade da responsabilidade. Em 1971, o elo essencial entre fé e justiça foi escrito no ensinamento do Magistério quando o Sínodo dos Bispos escreveu que “a ação pela justiça e a participação na transformação do mundo aparecem-nos claramente como uma dimensão constitutiva da pregação do Evangelho” ("A Justiça no Mundo", 30 de novembro de 1971).

Desenvolvendo a Fase 3: Johnson, Copeland, Aquino, Espin, Phan

Em vez de projetar o surgimento de muitas teologias da libertação que seguiram o caminho da teologia latino-americana, eu faço alusão ao trabalho de cinco indivíduos. Na América do Norte, o único desenvolvimento mais importante na teologia, que começou no final dos anos 60, foi o florescimento de um conjunto extraordinário de teologias da libertação feminista ou womanist [ou teologia feminista negra]. O trabalho de Elizabeth Johnson foi traduzido e lido em todo o mundo. Shawn Copeland é talvez a intérprete mais profunda da teologia feminista negra católica. A relevância de seu trabalho transcende os limites da experiência das mulheres negras.

Maria Pilar Aquino e Orlando Espin são dois representantes dos muitos que conectaram as exigências de trabalho pela comunidade imigrante e encontraram os padrões da academia. A teologia hispânica, como a teologia asiático-americana de Peter Phan, é paradoxal e verdadeiramente americana ao ser uma teologia de uma população imigrante.

Lição 6. A teologia é e é reconhecida como uma disciplina pluralista. A lição do pluralismo foi aprendida muito mais cedo em uma forma teorética, mas essas teologias “do eleitorado”, que são mais explicitamente distintivas e diferentes das outras (que podem ocultar a sua inclinação sob uma capa de objetividade), demonstram o fato do pluralismo – isto é, diferenças dentro de um campo comum. Elas são relevantes a todos em uma comunidade de solidariedade na fé.

Lição 7. A teologia é uma disciplina democrática praticada por um grande corpo de teólogos. As teologias da libertação contribuem com dois outros fatos sobre a teologia católica, especialmente na América do Norte. Primeiro, de uma disciplina quase exclusivamente clerical, a teologia se tornou laicizada. Grande parte dos teólogos católicos consistem ou irão consistir em breve de leigos e leigas. Segundo, a disciplina foi retirada das bocas de uma aristocracia da elite e se tornou democraticamente difundida entre um grande corpo de teólogos bem preparados. Não há mais textos padrões, mas sim extensas bibliografias sobre tudo – um bom sinal.

Fase 4: Diálogos católicos bilaterais Teólogos Católicos Ecumênicos

Nos 40 anos anteriores à participação da Igreja Católica no movimento ecumênico, os diálogos ecumênicos acumularam um massivo corpo de informações e literatura. Os resultados dos diálogos permaneceram largamente desconhecidos para os fiéis em geral, e esses teólogos não foram divulgados. Mesmo que os oficiais da igreja tenham feito pouca coisa com as informações em comparação com o esforço colocado em reuni-las, a literatura ainda permanece uma fonte latente para a teologia. Estimativas dos graus em que os oficias católicos são verdadeiramente comprometidos com o movimento ecumênico variam de acordo com as diversas expectativas dos avaliadores.

Lição 8. O horizonte expandido do movimento ecumênico destaca o princípio da hierarquia de verdades. Esse princípio, ensinado no Vaticano II, afirma que as verdades variam em sua relação com os fundamentos da fé cristã. Entretanto, as cercas que definem as fronteiras e identidades das igrejas estão montadas em diferentes lugares. Esse será sempre um tema de debate dentro e fora das igrejas particulares. Mas o princípio é ainda válido e deve ser consistentemente invocado. A sua apreciação requer linguagem e concentração medidas no coração da fé cristã em Deus como revelado por Jesus Cristo. Isso, por sua vez, exige o reconhecimento de que as muitas divisões entre as igrejas são baseadas em erros sobre quais questões são divisoras e quais não.

Fase 5: Nyamiti, Amaladoss, Pieris Inculturação na África e na Ásia

A descolonização começou na América Latina no século XIX, mas um sentimento de identidade cultural e nacionalismo se intensificou depois da Segunda Guerra Mundial. Esse processo gerou um forte sentimento entre os cristãos não-ocidentais de que a fé e a prática devem ser reinterpretadas usando os símbolos da cultura local, para que o cristianismo possa deixar de parecer uma religião estrangeira e, em certa medida, alienadora. Ao redor do mundo, a teologia da inculturação nunca foi tão autoconscientemente adotada como hoje. Ela está produzindo conceitos com múltiplas aplicações: por exemplo, a ideia de “hidridez” em distinção a “sincretismo”. As análises das múltiplas relações que constituem as pessoas e os grupos mostram que não existem identidades puras e estáveis na história. Isso ameniza as conotações quase exclusivamente negativas do sincretismo religioso. Os efeitos de longo prazo da inculturação só podem ser vagamente avaliados.

Como os cristãos da Comunhão Anglicana irão testificar, a inculturação é necessária, difícil e perigosa. Entretanto, em nenhum outro lugar a teologia católica é mais criativa e vital do que em projeto como os esforços de Charles Nyamiti para criar uma “cristologia ancestral”, ou a apropriação de Aloysius Pieris da opção pelos pobres da teologia da libertação para a Ásia e seu engajamento simultâneo com o Budismo, ou o diálogo de Michael Amaladoss com a cultura e a religião indianas e sua aplicação à cristologia.

Lição 9. A teologia católica transcendeu o Ocidente e se tornou culturalmente policêntrica. Essa lição é apenas parcialmente internalizada dentro da Igreja Católica. Uma organização de um bilhão de membros produz uma ampla consciência global. Os grandes grupos de teólogos católicos de hoje estendem-se sobre os continentes. A prevalência de linguagens compartilhadas, como o inglês e o espanhol, permite que os teólogos leiam-se uns aos outros por meio das culturas. Essa fertilização cruzada de interesses e insights mantém uma enorme promessa para a teologia.

Fase 6: Dulles, Knitter, Clooney Teologia Comparativa

A teologia comparativa reconhece explicitamente o pluralismo no seu esforço para entender um assunto. É um termo análogo que leva em consideração muitos campos diferentes de aplicação e estratégias metodológicas, mas a compreensão essencial permanece a mesma: o entendimento teológico deve ser consciente da diferença e capaz de integrá-la em qualquer interpretação dada.

Essa percepção fundamental pode ser vista no trabalho de teólogos tão diferentes uns dos outros como Avery Dulles, com a sua identificação de múltiplos modelos de temas teológicos, como a igreja e a revelação; como os teólogos ecumênicos, que usualmente trabalham em comissões, que comparam e contrastam em busca de comunhão; como Paul Knitter, cuja teologia da religião compara a abordagem da teologia cristã com o pluralismo religioso; e como Francis X. Clooney, que pratica a teologia cristã por meio de um diálogo comparativo com textos de outras religiões sobre um tema comum.

Lição 10. O horizonte expandido das religiões abre novas fontes para o insight cristão. Tudo parece diferente uma vez que nos damos conta de que somos unidos por uma busca religiosa comum por significado, que não pode ser reduzido a um quadro filosófico ou teológico único. O antropocentrismo de Rahner assume um novo significado contra um pano de fundo de uma nova esperança pela reconciliação humana, em que a religião deve ajudar a unir em vez de dividir as pessoas. A religião pode deixar de ser competitiva e se tornar reconciliadora?

Fase 7: Toolan, Haught, Edwards Teologia Cosmologicamente Sensível

As pessoas estudadas em todo o mundo se dão conta de que a compreensão da metade do século XX do cosmos expirou completamente. No seu lugar, está uma narrativa de como o universo começou, que pode ser datada com precisão. Essa história é impressionante e religiosamente evocativa. A matemática do tamanho e da idade do nosso universo desafia a imaginação humana.

Uma nova compreensão de nós mesmos como parte desse universo tem implicações significativas para a teologia, tão grandes como a mudança de uma compreensão judaica de Deus e da salvação para uma interpretação grega de ambos. David S. Toolan explorou o impacto do novo mundo científico sobre a nossa identidade espiritual cristã; John Haught interroga as conexões entre os métodos da ciência e da teologia; Denis Edwards coloca as doutrinas dentro desse novo contexto de interpretação. Levará algum tempo e muita discussão antes que essas novas interpretações possam ser sugeridas, criticadas e assimiladas pela comunidade em geral. Porém, não é muito cedo para esboçar ao menos uma lição dos começos dessa nova autocompreensão cristã.

Lição 11. Uma nova expansão cósmica da consciência produz um novo teocentrismo. O tamanho e a complexidade do universo indicam algo tão monumental, tanto em um nível macro da astronomia quanto em um nível micro da realidade subatômica, que a imaginação parece projetar-se espontaneamente dentro de ideias de inteligência e de poder criativos infinitos. Onde estamos como raça humana em tudo isso? O antropocentrismo parece tão inerente no pensamento humano que não pode ser evitado. O princípio antrópico, porém, e as coordenadas espaço-temporais do pensamento humano se expandiram tanto que parece quase intrinsecamente errado ver a nós mesmos no centro. Gradualmente, esse novo quadro está se movendo rumo a um novo teocentrismo para os cristãos. Essa é uma das novas e crescentes fronteiras na teologia cristã.

O Futuro da Teologia Católica

Muitas conclusões podem ser esboçadas a partir de uma história do desenvolvimento da teologia católica ao longo dos últimos 40 anos. Duas áreas de interesse têm especial urgência para a Igreja Católica. Sem especial atenção a elas, a saúde da igreja será afetada.

O primeiro envolve as doutrinas da fé cristã como formuladas na comunhão Romana Católica, geralmente indicadas como os artigos do Credo. Um esforço não suficientemente criativo está sendo feito na direção da interpretação teológica dessas doutrinas para que elas façam sentido para as pessoas nas sociedades desenvolvidas do Ocidente. O mundo ocidental precisa da inculturação em sua teologia também. Enquanto isso, o novo grupo de teólogos católicos se ocupa com questões de menor importância na hierarquia das verdades, como: podemos nos dar bem juntos em uma comunidade pluralística? O resultado é um tipo de analfabetismo teológico entre os leigos e o clero no que se refere ao trabalho da academia. Por outro lado, mesmo católicos bem formados não conseguem encontrar respostas a suas questões, e muitos estão se afastando.

Uma segunda exigência repousa na necessidade de uma piedade ou espiritualidade criticamente consciente. A espiritualidade católica pode encontrar um lugar no diálogo humano global que abrange tantas tradições religiosas? Ela consegue aceitar uma imagem do universo que as crianças de hoje assumem como óbvia? Ou a piedade religiosa requer uma autocompreensão estreitamente definida e fechada? Um movimento rumo a uma concepção mais aberta e difusa da relação Deus-homem resulta automaticamente em uma perda da devoção religiosa?

Os teólogos precisam explorar mais inteiramente as formas pelas quais uma teologia aberta fundamenta uma forte identidade religiosa e uma espiritualidade cristã vital. Uma compreensão crítica de como o cristianismo pode ser universalmente relevante e, ao mesmo tempo, aberto a outras experiências religiosas confirma em vez de ameaçar a nossa identidade cristã. Nossa fé professada precisamente no Deus de Jesus deveria nos convencer de que a abertura a outras igrejas e outras religiões é uma atitude espiritual propriamente cristã. Novos tempos e novas teologias exigem novas formas de espiritualidade.